Como está Portugal com relação a guerra?

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia não passará “em branco” para ninguém. Com a globalização e a interrelação entre os países é uma realidade e os efeitos da guerra que iniciou no fim de fevereiro já são sentidos um pouco por todo o globo. Confira como está Portugal com relação a guerra.

Portugal e a guerra

Portugal é um país pequeno em termos territoriais e populacionais. Estamos falando de pouco mais de 10 milhões de habitantes em um território equivalente ao do estado brasileiro de Pernambuco. Por isso, uma guerra no mesmo continente já está tendo efeitos em Portugal, especialmente na economia.

É fato que a pandemia já tinha deixado o seu rastro nas questões econômicas em Portugal, na Europa e no mundo. Porém, com o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia o valor das mercadorias já aumentou em Portugal e a gasolina ultrapassou os € 2 (dois euros) por litro.

Inflação nos alimentos e nos combustíveis

No dia 7 de março houve um aumento significativo nos combustíveis em Portugal. O litro da gasolina ultrapassou os € 2 (dois euros) e o diesel já vai quase lá. Entretanto, se o aumentos no preço dos combustíveis assusta, no supermercado os alimentos também estão subindo (e muito).

Em fevereiro a inflação em Portugal chegou em 4,2%, a maior dos últimos 10 anos. Quem vai ao supermercado nota muito facilmente o aumento no preço dos alimentos. Do sal ao macarrão, da carne ao queijo, tudo aumentou consideravelmente no país europeu nos últimos meses.

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Economia e pandemia

Seria ingenuidade colocar toda a culpa no aumento de preços e inflação somente na guerra entre a Rússia e Ucrânia. É fato que a pandemia, iniciada em março de 2020, já tinha colocado a economia de Portugal em alerta, especialmente na questão do turismo e no setor de viagens e hospedagens.

Imagine você que de € 5 (cinco euros) que entravam na economia portuguesa em 2019, € 1 vinha do turismo. Por isso, a pandemia fez o setor em Portugal ficar de joelhos. Milhares de demissões, empresas falidas, hotéis, restaurantes e um rastro de tristeza ficou durante os longos meses de pandemia em Portugal.

A guerra como “cereja do bolo”

É triste constatar que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está parecendo a “cereja do bolo” na economia de Portugal e da Europa. O que já estava complicado e ruim por conta da pandemia tende a piorar com a guerra e todas as questões econômicas e políticas que ela suscita.

Portugal é membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e por essa condição é um inimigo da Rússia. Sendo assim, algumas questões políticas e que afetarão a economia já estão entrando em vigor e deixando a situação ainda mais preocupante.

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Rússia considera Portugal um país hostil

No dia 7 de março de 2022, a Rússia criou e publicou uma lista de países considerados hostis. Portugal, por ser membro da União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Reino Unido, foi incluído no documento. Na prática, ser um país hostil à Rússia neste momento significa receber o valor das dívidas em rublos, moeda que desvalorizou 45% desde janeiro.

Portugal não está sozinho, pois o documento russo ainda considera como países hostis a Noruega, o Japão, Mônaco, a Coreia do Sul, Suíça, Albânia, Andorra, Islândia e Liechtenstein. Além destes, a lista conta ainda com a própria Ucrânia, a Nova Zelândia, São Marino, a Macedônia do Norte, Singapura, Taiwan, Montenegro e até a Micronésia.

Dependência energética de Portugal

O jornal Público noticiou que o gás proveniente da Rússia representa 10% do total importado por Portugal. Aliás, a relação comercial de compra de gás da Rússia é recente e a primeira vez que o país europeu comprou o produto dos russo foi em 2019. Tradicionalmente, Portugal compra gás natural da Argélia (por gasoduto) e da Nigéria (gás natural liquefeito, através de navios).

O mesmo não acontece com os combustíveis, pois a Rússia é o mais antigo fornecedor de petróleo bruto de Portugal. Em termos gerais, o petróleo vindo da Rússia corresponde a 22% do total, mais do que o dobro de Angola, por exemplo.

Futuro incerto e economia de arrasto

Novamente (e infelizmente) a economia de Portugal preocupa. Mas não é só do país europeu, pois o mundo passa por uma situação bastante delicada por conta da pandemia e das incertezas em torno da economia que uma guerra traz. E incerteza e mercado não costumam se dar muito bem.

Especialmente em uma guerra onde especuladores aproveitam para “fazer dinheiro” em cima das incertezas. O aumento no valor do barril de petróleo é a prova disso e se os próximos meses, incluindo os de verão, não forem quentes para a economia portuguesa, a situação pode se deteriorar.

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Torcer para que tudo se resolva

Conversas e diplomacia são essenciais no momento. Apesar de não terem surtido efeito e a guerra entre a Rússia e Ucrânia ter iniciado, nos resta torcer para que os ânimos se esfriem e menos civis sofram com os horrores que uma guerra é capaz de proporcionar. Aliás, estimativas apontam que mais de 1,5 milhão de refugiados já deixaram a Ucrânia.

E Portugal está recebendo centenas de ucranianos, assim como outros países europeus. Cidadãos ucranianos que fogem da guerra encontra paz em Portugal, mas talvez a quantidade de pessoas vá aumentando conforme os dias de guerra continuem. 

Diversas cidades também mandaram ônibus para buscar ucranianos na fronteira com a Polônia. Muitas empresas estatais estão custeando os custos de hospedagem e alimentação dos refugiados que já chegaram em Portugal.

Além disso, muitas empresas portuguesas estão publicando vagas para ucranianos no Portal de empregos de Portugal, para que eles possam ter uma renda no país. Agora, é torcer para que a guerra acabe logo e que tudo se restabeleça o quanto antes.

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