Educação na Itália: como funciona o sistema escolar italiano
14.09.2021Para quem pretende se mudar para a Itália, uma hora ou outra irá se perguntar como funciona a educação no sistema escolar italiano.
Talvez seja porque você mesmo pretenda completar a sua formação por lá, talvez porque a sua família italiana está prestes a ganhar um novo integrante ou por simples curiosidade em saber como funcionam os serviços públicos essenciais na terra da bota.
A informação mais importante que você precisa saber em todo o caso é que, além da educação na Itália ser de boa qualidade, ela é gratuita para todas as crianças, independentemente da sua nacionalidade.
Por outro lado, o seu funcionamento é um pouco diferente do sistema educacional brasileiro, possuindo outras etapas e requisitos.
Nesse artigo, condensamos as informações do Ministério da Educação do governo italiano para você conhecer as principais características da educação na Itália.

Educação e sistema escolar na Itália: principais aspectos
Antes de adentramos nos detalhes de como funciona o sistema educacional italiano, aqui vai um panorama sobre o assunto, as diretrizes sob as quais se fundamenta a educação na Itália:
- gratuidade para todas as crianças;
- obrigatoriedade para crianças entre seis e dezesseis anos;
- direito reconhecido aos jovens maiores de dezesseis até a conclusão do ensino médio;
- faculdade em escolher entre uma instituição pública ou privada.
Além disso, o calendário escolar na Itália é publicado a cada início do ano escolar, que inicia em setembro de um ano e finaliza em junho do ano seguinte.
A seguir, falamos mais sobre os tipos de instituições de ensino e como funcionam “as séries” no sistema educacional italiano.
Tipos de escolas na Itália
Existem três tipos de escolas na Itália: pública, privada e internacional.
A maioria dos italianos não têm dúvidas quanto à qualidade do ensino fornecido pelo governo e matriculam seus filhos na escola pública.
Já os estrangeiros que preferem uma educação bilíngue mais consistente, procuram por uma escola no setor privado, especialmente as internacionais.
Essas instituições possuem uma didática mais inclusiva, que ajuda muito na adaptação da criança que chega do exterior.
A maioria das escolas internacionais, entretanto, concentra-se em grandes cidades como Milão, Roma e Turim, e tem mensalidades altas.
A divisão “das séries” no sistema educacional italiano
Na Itália, o sistema educacional é dividido em cinco fases:
- Jardim de Infância | Scuola dell’Infanzia: opcional
- Escola primária | Scuola Primaria: obrigatória
- Escola secundária I | Scuola Secondaria di Primo Grado: obrigatória
- Escola secundária II | Scuola Secondaria de Secondo Grado: obrigatória
- Ensino superior | Universitá: opcional.
Acompanhe agora os detalhes de cada uma dessas fases da vida escolar na Itália.
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Jardim de infância (Scuola dell’Infanzia)
Os primeiros anos da vida escolar da criança tem o objetivo de preparar as crianças para a escola primária, que é quando começa a alfabetização de fato.
Não é obrigatório frequentar o jardim de infância na Itália, mas se essa for a vontade dos pais, é possível que a criança o frequente a partir dos 3 anos de idade.
Antes disso, entre 0 e 3 anos, o bebê pode ficar aos cuidados da creche, o asilo nido, como é chamado em italiano.
No primeiro caso, não há custo para frequentar os jardins públicos, mas as famílias devem arcar com despesas com alimentação, transporte público e prolongamento dos cuidados fora do horário estabelecido.
Já os asilos não costumam ser gratuitos, mas as famílias de baixa renda costumam conseguir isenções.
Escola primária (Scuola Primaria)
A inscrição da Scuola Primaria ocorre aos 6 anos de idade e a duração é de 5 anos.
Assim, a escola primária é obrigatória na Itália para crianças de seis a onze anos.
Os tamanhos das turmas variam muito dependendo da região, mas na maioria das vezes têm entre 15 e 26 crianças por turma e dois professores à disposição.
Segundo o Ministério da Educação italiano, as disciplinas ministradas nessa etapa incluem:
– Italiano
– Língua Inglesa
– História
– Geografia
– Matemática
– Ciências
– Música
– Arte e Imagem
– Educação Física
– Tecnologia
– Estudos Religiosos (não obrigatório).
Ainda segundo o site do governo italiano, os alunos recebem uma Certificação das competências adquiridas durante o período de cinco anos, não sendo mais exigido a realização de um exame para fazer a transição para a Scuola Secundaria ou ensino médio.
Escola Secundária I (Scuola Secondaria di Primo Grado)
A fase que coincide com o início da adolescência é dividida em dois estágios distintos: a Scuola Secondaria I e II.
A escola secundária I ou escola média (Scuola Media), começa aos 11 anos e dura 3 anos.
As primeiras séries do ensino médio são geralmente compostas por um mínimo de 18 alunos e um máximo de 27.
É nessa fase que as crianças começam a aprender uma segunda língua estrangeira, como alemão, francês ou espanhol.
Nessa etapa, os alunos têm 30 horas de aulas por semana e o número de horas dedicadas a cada disciplina é fixado pelo Ministério da Educação entre as seguintes disciplinas:
- Italiano
– Língua inglesa e uma segunda língua estrangeira comunitária
– História
– Geografia
– Matemáticas
– Ciências
– Música
– Arte e imagem
– Educação Física
– Tecnologia
– Cidadania e a Constituição
– Ensino Religioso (facultativo).
A Escola Primária e a Escola Secundária I formam o que no Brasil conhecemos com ensino Fundamental.
O primeiro ciclo de ensino termina com um exame oficial, cuja aprovação constitui o acesso ao segundo ciclo de ensino.
Escola Secundária II (Scuola Secondaria di Secondo Grado)
O segundo ciclo de educação começa aos 14 anos, tem duração de cinco anos e oferece dois percursos diferentes:
- o ensino médio e
- o sistema de formação profissional.
Os primeiros dois anos do segundo ciclo de ensino são obrigatórios. Entretanto, todos os jovens têm o direito assegurado por lei de concluir a sua formação até a obtenção de uma qualificação profissional, fechando ciclo de formação com o término da escola secundária II.
Essa etapa é de extrema importância na vida do aluno, já que é nesse momento que eles decidem em quais matérias desejam se especializar, seja para entrar no mercado de trabalho a posteriori ou já prevendo o que irão estudar na Universidade, se assim o quiserem.
Nessa etapa, portanto, o aluno deverá optar entre estudar em:
- um “Liceo”, onde a formação acadêmica é clássica e prepara o aluno para entrar na Universidade, ou
- um “istituto”, em que a formação é científica, técnica e profissional voltada para quem quer entrar no mercado de trabalho ao final do ensino secundário.
Ao final do ensino médio, os alunos passam por um exame (Esame di Stato), correspondente ao nosso Enem, que geralmente compreende três provas escritas e um teste oral.
Depois disso, eles recebem um diploma que os habilita a ingressar na universidade.
Ensino Superior na Itália (Universitá)
Existem várias universidades públicas e privadas na Itália e, em geral, a maioria dos cursos tem duração de 3 anos para o bacharelado e 2 anos para o mestrado. Os doutorados possuem duração variável de acordo com a área do conhecimento.
As universidades são pagas na Itália e os custos podem variar dependendo da instituição e do curso escolhido, ficando em média entre € 700 e €1000 por ano letivo.
Portanto, se os seus filhos usufruírem do sistema educacional público italiano, aproveite os anos de ensino gratuito para fazer um pé de meia para quando eles entrarem na Universidade.
Para resumir essas informações, no gráfico abaixo é possível ter uma visão geral da estrutura do sistema educacional italiano:
Fonte: Eurydice 2020/21
E antes de nos despedirmos, um conselho que vale ouro: estudar em universidades europeias é mais caro para cidadãos extracomunitários.
Portanto, se você tem direito à nacionalidade europeia, seja italiana, portuguesa, espanhola… está aí um ótimo motivo para você correr atrás dessa papelada, seja para você, seja para seus filhos.
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