Inflação: ficou mais caro viver na França em 2021?
09.11.2021Quem está sentindo um peso extra no bolso neste ano morando no Brasil e está pensando em viver na França nos próximos meses, já deve ter se perguntado:
“Será que o custo de vida na França, depois da pandemia, também está mais alto?”
Em terras tupiniquins, a previsão do mercado financeiro para o índice de inflação oficial no Brasil é de 10,12% em 2021.
Energia elétrica, gás e combustíveis estão mais caros. Os preços nos supermercados também.
Já na França, os preços também sofreram reajustes, mas são menos assustadores.
Com base no índice de inflação INSEE, você descobre abaixo a lista de bens e serviços que custam mais em 2021 e também aquelas que tiveram seus preços reduzidos no último ano na França.
Acompanhe.

Inflação na França: os preços subiram como no Brasil?
A França também teve alta nos preços, mas o índice da inflação está bem aquém daquele enfrentado pelos brasileiros.
De acordo com o INSEE, o Instituto francês de estatísticas e estudos econômicos, houve um aumento do custo de vida em 2,6% nos últimos 12 meses na França (de outubro/2020 a outubro/2021).
Se isso é preocupante?
Bem, do ponto de vista dos economistas não muito, a menos que esse número não pare de crescer. É que segundo o BCE (Banco Central Europeu) um país precisa ao menos 2% de inflação para considerar a situação econômica saudável.
Por quais motivos?
Aparentemente, a deflação só parece mais favorável para os consumidores, mas ela puxa a economia para baixo, porque incentiva as pessoas a adiarem suas compras enquanto esperam por uma nova queda nos preços.
Como resultado, o consumo baixa, as empresas lutam para vender seus estoques e o dinheiro não circula.
Esse economês todo pode ser um tanto complicado, mas o que isso significa no frigir dos ovos é que o bolso do francês respira mais aliviado que o do brasileiro.
Ainda assim, alguns itens estão mais caros em 2021 na França também. Confira.
O que ficou mais caro na França em 2021?
Não há rodinha de amigos ou grupo de WhatsApp de familiares que não tenha discutido a alta dos preços dos combustíveis, gás, energia elétrica e dos alimentos no Brasil.
Infelizmente, além de nós brasileiros estarmos assistindo a desvalorização do nosso dinheiro perante as moedas como dólar e euro, ainda precisamos enfrentar a corrosão do nosso poder de compra.
Para quem pretende se mudar para a França nos próximos meses, a realidade é menos desfavorável, apesar de os franceses também terem sofrido com aumentos em segmentos cruciais para o desequilíbrio do custo de vida.
Leia também: Custo de vida médio para começar a vida na França
Descubra abaixo quais são os vilões da saúde do bolso dos consumidores na França.
Energia: a vilã da inflação na França
Assim como no Brasil, o grande culpado do aumento da inflação na França está no setor de energia.
Os preços da eletricidade dispararam 4,8% apenas no mês de outubro. Em um ano, a alta acumula 20,2%.
O mesmo acontece com os derivados de petróleo que registaram uma forte aceleração, como diesel, 27,4% mais caro, e gasolina, com alta de 22,2%, nos últimos doze meses.
A subida dos preços do gás aumentou bastante ao longo de um ano: 50,2%. Os preços da eletricidade também aceleraram, mas moderadamente, com 2,6%.
Cigarro
No Brasil fumar é coisa do passado, mas na França o velho cigarro continua bem aceso, por todos lados.
O vício está custando para os franceses 4,8% a mais que no ano passado. Na prática, a carteira de cigarro que costumava custar 10 euros hoje sai por quase 10,48 euros, cerca de 66 reais.
Despesas com moradia
Os valores com aluguéis, água e coleta de lixo doméstico tiveram aumento de + 1,4%.
Comunicação
Os preços com a internet também tiveram um salto depois que os franceses passaram ao trabalho remoto. A conta está 5,3% mais salgada que em 2020.
Transportes
Na espreita do aumento dos itens de energia, os preços dos serviços de transporte também aceleraram: alta de 8,8% em um ano.
Alimentos
Ao contrário do Brasil, onde os preços são sentidos a cada ida ao supermercado, na França os alimentos mantiveram a sua cota dentro do orçamento familiar do ano anterior. De acordo com o relatório do INSEE, a alimentação representou um aumento de apenas 0,7% no orçamento familiar dos franceses em um ano.
Bens de Consumo
Os preços dos produtos manufaturados, especialmente vestuário e calçados, mantiveram-se praticamente iguais, o que pode ser resultado do impacto de longo período de poucas vendas. No geral, o aumento é de apenas 0,3% em 1 ano.
Saúde
Apesar da maior parte dos serviços de saúde serem custeados pelo governo francês, uma parte delas ainda recai sobre o bolso dos cidadãos.
Você descobre mais sobre como funciona o sistema de saúde na França, nesse artigo aqui.
A boa notícia é que a estabilização parcial da pandemia fez com que os serviços de saúde estejam ligeiramente mais baratos, com uma queda de 0,8% nos últimos doze meses.
Além disso, os preços dos produtos de saúde, como remédios, caíram 1,6% nos últimos 12 meses.
Bom para quem mora na França, não é mesmo?
Enquanto brasileiros tentam equilibrar suas contas com uma inflação de mais de 10% – uma das maiores do planeta! -, os franceses lidam com 2,6% de aumento nos preços ao consumidor.
Para encerrarmos esse artigo e você possa tirar as suas próprias conclusões, nos últimos vinte anos o índice mais baixo de inflação no Brasil foi em 2017, quando alcançou 2,95%… ainda acima da inflação enfrentada pela França em 2021, em cenário pós-pandemia.
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