Os rumos da economia europeia em 2022

Os rumos da economia europeia em 2022

11.03.2022

Os últimos anos têm sido desafiadores para todo o mundo, devido aos impactos da crise sanitária de covid-19 e suas subsequentes consequências na economia.

O continente europeu, e especificamente a União Europeia (UE), não são uma exceção. Desde 2020, o bloco passou por sucessivos reajustes em suas políticas fiscais e monetárias, aprovou um pacote de salvamento no valor de € 750 bilhões e sua população sentiu os efeitos deste turbulento cenário nas suas atividades econômicas diárias.

A Comissão Europeia, órgão pertencente à UE e responsável por propor e monitorar a legislação do bloco bem como de gerir seus programas de despesas, apresentou no começo do ano uma avaliação sobre o possível panorama econômico para 2022. Contudo, os recentes acontecimentos no continente lançam novas questões e incertezas para a equação.

Ainda é muito prematuro para determinar especificamente quais serão os resultados concretos do presente contexto. Porém, gostaríamos de passar hoje para você um apanhado geral das principais discussões e pareceres sobre a economia na Europa e quais são algumas tendências que possivelmente se manterão no mercado europeu para este ano.

Cenário pós-pandêmico

Apesar do choque inicial causado pela pandemia do coronavírus em 2020, a Comissão Europeia conseguiu identificar sinais de recuperação econômica para o ano de 2021.

Assim, um relatório do órgão em fevereiro de 2022 informou um crescimento de 5,3% na economia do bloco no final do ano passado. Desta forma, a União Europeia foi capaz de alcançar os níveis pré-pandêmicos de seu produto interno bruto (PIB) já no terceiro trimestre de 2021.

De acordo com as análises feitas pela Comissão Europeia à época deste relatório, era esperado também que todos os seus Estados-membro chegassem a este patamar até o final de 2022. Vale ressaltar, no entanto, que o órgão ainda pontuava alguns contratempos para a economia europeia devido a resquícios e repercussões da covid-19.

Entre os problemas mencionados estavam uma desaceleração econômica um pouco maior do que esperado no final do ano de 2021 por conta do aumento de casos da variante ômicron, além do pico nos preços da energia, interrupções no fornecimento de produtos gerando situações de desabastecimento e a alta da inflação.

Mesmo assim, o órgão adotava uma postura mais otimista. Segundo ele, os efeitos da última onda de covid-19 sob a economia europeia tendiam a ser de curto prazo e a atividade econômica voltaria a recuperar sua força. Para isso, era preciso que ocorresse a normalização na oferta de produtos bem como uma adoção moderada das políticas inflacionárias.

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A incerteza da guerra

O que não se esperava, neste meio tempo, é que duas semanas depois do relatório ser publicado o mundo seria sacudido com a notícia da invasão russa na Ucrânia. Embora ambos os países não façam parte da União Europeia, o atual incidente geopolítico lançou um cenário de incerteza para a economia mundial e particularmente para a Europa.

A Comissão Europeia, em nova avaliação, afirmou que as recentes sanções aplicadas pelo bloco europeu contra a Rússia terão impactos na economia do país. Contudo, seus efeitos também se espalharão para seus membros. De fato, tais consequências já podem ser percebidas como a escalada de preço de commodities e da energia que já estava elevada.

Este último item, em particular, é um ponto de tensão para os europeus, visto a sua grande dependência do gás russo. Espera-se também que a inflação na zona do euro aumente por causa do cenário atual.

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Crescimento comprometido?

O órgão europeu admite que é difícil no presente momento estabelecer com precisão quais serão os impactos econômicos e orçamentários que a União Europeia vai enfrentar no futuro próximo, uma vez que isto depende de fatores não previsíveis como a duração do conflito e o aumento ou declínio de sua intensidade.

A despeito disto, a Comissão Europeia ainda acredita que a economia do bloco possa vir a apresentar um certo crescimento em 2022. No entanto, ela provavelmente ficará abaixo dos 4% anteriormente previstos.

Esta afirmação também é corroborada pelo Banco Central Europeu. De acordo com ele, a diminuição dos impactos da pandemia, demanda interna sólida e mercado de trabalho fortalecido poderão ser decisivos para segurar a economia europeia frente às incertezas da guerra.

A Comissão Europeia está se organizando para uma nova etapa de avaliação das consequências econômicas do conflito para o bloco. Espera-se que em maio haja uma atualização sobre o tema.

Por hora, a interpretação do órgão é que as implicações práticas irão variar de país para país. Isto vai depender de seu grau de dependência das importações de gás russo, sua localização geográfica (aqueles mais próximos ao conflito estarão expostos a mais riscos) bem como a estrutura de sua economia.

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Prospectivas para empreendedores

Considerando o atual cenário, as incertezas também alcançam o mercado empreendedor. Por isso, da mesma forma que ocorre com as análises macroeconômicas, não é possível determinar exatamente as próximas repercussões neste setor.

Entretanto, organizações especializadas como a EU Business e The European Business Review realizaram alguns estudos sobre as novas tendências do mercado europeu, tendo em vista a questão da pandemia.

Apesar de que o atual conflito Rússia-Ucrânia não estava ocorrendo na época do estudo, as suas conclusões podem ainda servir como um guia para aqueles que tem a Europa como destino ou interesse de seus empreendimentos. Dentre as tendências, destacam-se:

  • A presença do trabalho remoto que ainda deve se manter
  • A força de trabalho europeia estará cada vez mais diversificada em modelos não-padronizados como trabalhos freelancers, part-time workers e autônomos
  • Empresas estão mais dispostas a investir no desenvolvimento e aprimoramento das competências digitais dos seus funcionários
  • O marketing digital será cada dia mais importante
  • Atividades nos segmentos de inteligência artificial, serviços de saúde e tecnologias verdes serão cada vez mais apreciados

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Os próximos passos da economia europeia ainda são nebulosos e muito está indefinido por agora. Porém, os órgãos competentes para a condução econômica do bloco europeu ainda veem as perspectivas de crescimento como reais, embora mais reduzidas.

Além disso, o mercado europeu também traz tendências interessantes que podem ser analisadas e aproveitadas por empreendedores em suas estratégias futuras.

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